A alimentação atenta a origem dos produtos e ao seu melhor aproveitamento pode ainda não fazer parte da rotina de muitas pessoas, mas sua importância e a consciência sobre seus benefícios têm crescido ao redor do mundo – com destaque especial para o Brasil.
Na média global, 79% das pessoas
consideram urgente a adoção de uma alimentação sustentável. No Brasil, 89% das
pessoas consideram o tema urgente (82% na França, 73% na Inglaterra e 72% nos
Estados Unidos, outros países pesquisados). Na média global, 75% das pessoas
tem uma visão positiva sobre a alimentação sustentável; no Brasil, essa
percepção é positiva para 90% das pessoas.
Os dados fazem parte da pesquisa internacional de sustentabilidade “Food Barometer”, primeira do tipo feita pela Sodexo, multinacional francesa nos setores de alimentação corporativa e facilities, em parceria com o instituto global de pesquisas Harris Interactive. O levantamento inédito, que ocorreu no segundo semestre de 2023 com mais de cinco mil pessoas em quatro países (Brasil, França, Reino Unido e Estados Unidos), aponta expectativas, aspirações em relação à alimentação sustentável e os comportamentos reais das pessoas.
Sem trazer definições para o
termo "alimentação sustentável", a pesquisa busca colher as
percepções do público sobre o tema. Para a pergunta "quando você ouve a
expressão alimento sustentável, o que vem à sua mente", 24% dos
entrevistados responderam: "orgânicos"; "cultivados sem
agrotóxicos"; " sem químicos"; "cultivados localmente"
e "em casa", todas características associadas ao tipo de produção.
Outros 23% associaram a expressão ao meio ambiente, dizendo se tratar de
alimentos "ecoamigáveis"ou que poupam recursos naturais.
Estudos sobre o tema mostram que
já na década de 1980, a alimentação sustentável era associada à alimentos
positivos para saúde humana e do meio ambiente global. A FAO, braço da ONU para
agricultura, costuma usar o termo para descrever dietas e processos produtivos
de baixo impacto ambiental, que respeitam a biodiversidade, contribuem para a segurança
alimentar, nutricional e à vida saudável para as gerações presentes e futuras,
além de serem acessíveis e economicamente justas.
Mas o termo cada vez mais ganha
nuances relativas ao comportamento do próprio consumidor. Na “Food
Barometer", os brasileiros declararam já terem adotado alguns
comportamentos para uma refeição mais sustentável, entre eles: 76% reduziram o
desperdício de alimentos em casa, 60% compram alimentos de
produtores/vendedores locais, 49% disseram ter diminuído o consumo de alimentos
processados, 46% evitam o uso de embalagens plásticas e 48% consomem produtos
sustentáveis sempre que possível.
Mesmo assim, a pesquisa aponta
uma lacuna entre desejo e prática, sobretudo em função de hábitos alimentares
profundamente enraizados e que fazem parte do dia a dia por questões culturais,
na avaliação dos responsáveis pelo estudo. No Brasil, por exemplo, 74%
entrevistados revelam um consumo regular de proteína animal (acima da média
global, 71%), sendo que 34% dos brasileiros relatam que não têm o desejo ou
intenção de reduzir este consumo.
A pesquisa Food Barometer destaca
uma discrepância entre a percepção que as pessoas têm dos seus alimentos e a
sua real sustentabilidade. No mundo, 56% das pessoas entrevistadas acreditam
que a sua alimentação já é sustentável. No entanto, por exemplo, os produtos
lácteos (78%) e a carne (71%) continuam a ser os produtos mais consumidos
regularmente, muito à frente dos cereais (60%) e das proteínas vegetais (45%),
que viabilizam uma pegada de carbono menor.
Na pesquisa, os brasileiros se
destacam, ainda, por demandarem produtos mais sustentáveis também fora de suas
casas, com expectativas acima da média global em quatro locais: 70% esperam que
os restaurantes disponibilizem alimentação sustentável, 70% também querem
alternativas mais sustentáveis em escolas e universidades e 67% dentro do
ambiente de trabalho.
Realizada entre junho e julho
2023, a pesquisa internacional de sustentabilidade “Food Barometer” buscou
entender as motivações das pessoas diante do tema alimentação sustentável e
contou com a participação de 5.246 entrevistados no França, Reino Unido,
Estados Unidos e Brasil (1.525 brasileiros). A iniciativa, realizada online,
contou com amostras representativas de sexo, idade, categoria profissional e
região.
Fonte: Um Só Planeta.
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