O que é a reciclagem energética?

 A reciclagem energética é a tecnologia de transformação de resíduos em energia térmica e/ou elétrica. Aqueles resíduos que já não podem ser reutilizados e reciclados física, biológica, ou quimicamente, são indispensáveis na reciclagem energética, pois promovem a combustão. Dessa forma, eles são substitutos ao óleo diesel e ao óleo combustível, o que possibilita a diminuição na exploração de combustíveis fósseis, que não são renováveis.



Dentre os resíduos que podem ser utilizados na reciclagem energética, estão os restos de alimentos, materiais higiênicos descartáveis, plásticos, entre outros. Entretanto, o material descartado mais viável para a reciclagem energética é o plástico. Por ser derivado do petróleo, ele possui um alto poder calorífico, o que viabiliza sua utilização na produção energética. A energia média contida em um quilo de plástico, por exemplo, tem o poder energético de um quilo de óleo diesel!

As misturas de plástico encontradas em lixões e aterros urbanos possuem poder combustível de cerca de nove mil BTUs (unidade térmica britânica) por quilo de resíduo (BTUs/kg). Por outro lado, os materiais plásticos separados por categoria podem apresentar valor combustível até 42 mil BTU/kg de resíduo – valor energético bem vantajoso se o comparado à madeira seca, por exemplo, que apresenta um valor combustível de até 16 mil BTU/kg; ao carvão, que possui um valor combustível de 24 mil BTU/kg e ao petróleo de refino, com 12 mil BTU/kg de valor combustível.

A energia elétrica e/ou térmica é obtida a partir da utilização do vapor resultante da queima dos resíduos. Esse vapor movimenta as pás ligadas a um eixo (turbina). E é esse movimento (energia cinética) causado pelo vapor que é utilizado para gerar energia elétrica. No caso dos plásticos, são produzidos cerca de 650 quilowatt-hora (kWh) de energia por tonelada de resíduo. Isso acontece porque o movimento giratório produzido pelo eixo da bobina altera o fluxo do campo magnético dentro do gerador e, com a alternância no fluxo do campo magnético, é produzida a energia elétrica.


A decomposição térmica dos resíduos plásticos ocorre num forno a temperatura de 950°C e a oxidação dos gases da combustão ocorre por cerca de dois segundos a mais de 1000°C. As cinzas que são produzidas no processo podem utilizadas na construção civil. No processo em si não há geração de efluentes líquidos, pois as águas de lavagem são neutralizadas e novamente utilizadas.

Os gases poluentes exauridos da caldeira são tratados no sistema de lavagem e de purificação de gases, restando apenas vapor e monóxido de carbono em quantidades insignificantes. A sucata plástica não reciclada química ou mecanicamente também pode ser utilizada em fornos de siderúrgicas no lugar do carvão pulverizado e do óleo, também caracterizando uma reciclagem energética.

Na reciclagem energética, diferente de outros processos de reciclagem, não é necessário tratamento prévio dos materiais. Isso caracteriza a reciclagem energética também como um método de higienização, eliminando agentes biológicos nocivos à saúde, por exemplo.

Outras vantagens das URE são o tamanho reduzido da planta e o baixo ruído de operação, que possibilitam a instalação em áreas urbanas.

Sendo assim, se torna possível reduzir os gastos logísticos que seriam destinados ao transporte de resíduos sólidos para outras regiões/cidades.


Fonte: eCycle.

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