Como identificar se uma marca de roupa ou calçados não utiliza trabalho análogo ao escravo, infantil e de estrangeiros irregulares ou se faz tratamento de resíduos? Essa é a intenção da ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) com o movimento ModaComVerso, aproximar os consumidores das práticas de ESG das empresas têxteis.
De 2010 a 2020, foram realizadas 42.930 auditorias, sendo 3.526 empresas aprovadas, em 615 municípios de 19 estados brasileiros, beneficiando a mais de 352 mil trabalhadores diretos na produção. No país, a cadeia produtiva da moda emprega formalmente 540 mil pessoas.
“O Brasil é um grande produtor de algodão. Os processos da cadeia, desde a fiação, tecelagem, até chegar no varejista, são desconhecidos pela população. São milhares e milhares de empregos, diversas profissões distintas que precisam de visibilidade. Queremos mostrar quem de fato está fazendo algo diferente no país. Por uma moda mais responsável”, comenta Lima.
Dentre tantas iniciativas nacionais, o Movimento ModaComVerso pretende trazer à tona as conquistas dos varejistas signatários e apresentá-las aos consumidores.
A princípio serão 13 marcas participantes. Arezzo & CO, C&A, Calvin Klein, Carrefour, Dafiti Group, Extra, Loungerie, Marisa, Pernambucanas, Renner, Reserva, Restoque e Riachuelo. Porém, todas as marcas e fornecedores associados à ABVTEX estão convidados a participar.
Em uma conversa aberta, os consumidores também poderão trazer pontos de interesse para serem debatidos. “O objetivo do movimento é conscientizar o consumidor sobre o seu papel nessa transição para uma moda socialmente mais responsável”.
Entre as marcas, ainda que concorrentes, a transparência de fornecedores, tecnologias e práticas impulsiona a cadeia. “Atingimos um alto grau de maturidade, onde as varejistas associadas da ABVTEX trocam experiências e boas práticas. Há uma diversidade cultural das empresas e de muitos temas, inclusive da sustentabilidade, que outros grupos, às vezes menores ou que estão chegando agora, precisam adquirir”, explica Lima.
Visando um lucro sustentável, as empresas adquirem o hábito do compartilhamento. “Acreditamos muito nisso, assim como as marcas, e é por isso que criamos esse movimento”, finaliza o diretor executivo.
Fonte: Exame.

0 Comentários