De acordo com uma pesquisa do WWF
(World Wide Fund for Nature) baseada em um levantamento do Banco Mundial de 2019,
o Brasil é o quarto país do mundo a produzir mais resíduos plásticos. Cerca de
11 mil toneladas desse tipo de resíduo são produzidas anualmente e apenas 1,28%
é reciclado no país. Para encontrar uma alternativa aos plásticos não
degradáveis, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e
Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp desenvolveram um plástico comestível e
biodegradável composto de amido e gelatina.
Os bioplásticos são obtidos por
um processo de extrusão no qual amido e gelatina são alimentados em uma
máquina, onde são expostos a alta pressão, sem a adição de qualquer solvente.
Eles então passam por um processo de sopro, que dá a forma de um biofilme. O
desenvolvimento ocorreu durante o PhD do pesquisador de Farayda, Matt Fakhouri,
supervisionado pela professora Lucia Helena Inoocentini Mei, da FEQ, e pelo
professor Fernando Paul Collares Queiroz, da FEA.
Durante seu doutorado, e após uma
extensa pesquisa de dados em repositórios nacionais e internacionais, Farayde
constatou que existem bioplásticos flexíveis produzidos com outros polímeros
biodegradáveis, mas não apenas descartados com materiais comestíveis. A
ausência de um produto baseado em material comestível e não tóxico levou o
pesquisador a buscar o desenvolvimento de um procedimento que tornasse essa
alternativa sustentável. Os resultados positivos levaram a uma solução inédita,
à base de amido e gelatina, que permitiu à Agência de Inovação Inova Unicamp
solicitar uma patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A versatilidade deste plástico
permite a sua utilização em diversos setores industriais: cosméticos, produtos
de higiene, medicamentos e produtos descartáveis, principalmente embalagens
plásticas constituídas principalmente por polímeros sintéticos. Pode ser usado
nas embalagens primária e secundária e, se você empacotar o produto antes da
embalagem final, também poderá ser comestível.
Fonte: Turno Zero.

