Os setores considerados mais poluentes do mundo, como indústria petrolífera, mineração, agropecuária, siderúrgica e a indústria química, também incorporam a agenda ESG (sigla para meio ambiente, social e governança corporativa).
Nem sempre tão lembrada, a
construção civil é responsável por cerca de 38% de todas as emissões de dióxido
de carbono no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O uso
excessivo do cimento, por exemplo, pode causar graves danos ao meio ambiente e
à sociedade a longo prazo, degradar o solo e gerar resíduos tóxicos.
Por isso, o setor tem se
movimentado para se tornar mais sustentável com construções sustentáveis,
edificações feitas com base em metodologias menos poluentes e em equilíbrio com
o meio ambiente. Neste ano, Brasil foi considerado o quarto país no ranking
mundial das construções sustentáveis, segundo informações do U.S. Green
Building Council (USGBC).
O foco dos projetos é construir
minimizando os impactos no meio ambiente e priorizando a sustentabilidade em
todas as etapas, desde a construção até a operação efetiva — permitindo que o
edifício seja sustentável ao longo de toda a sua vida útil.
O processo envolve também a
escolha do terreno, o uso de materiais sustentáveis em sua construção, a
eliminação de desperdícios de água e energia, a valorização e o aproveitamento
da iluminação e da ventilação natural, a gestão de resíduos com foco na
reciclagem e reaproveitamento, além do conforto térmico e acústico e a redução
da emissão de poluentes gasosos.
Quais os itens de uma construção
sustentável?
Dentre os fatores que devem ser
considerados em uma construção sustentável está considerar as características
naturais do terreno, principalmente em relação ao solo. Além de manter as áreas
verdes presentes na região, é preciso ter atenção para as ações que possam
impactar o local negativamente.
Outro ponto relevante nessa equação
é o uso de materiais sustentáveis. Com a ascensão da agenda ESG, é possível
encontrar os mais diversos tipos de materiais de construção com foco no meio
ambiente ao optar por tijolos ecológicos, bioconcreto, telhados ecológicos que
ajudam na retenção do calor, por exemplo, e o uso de energias renováveis
durante o funcionamento do edifício.
Para os especialistas, o ideal é
que o conceito seja levado também para a estética do imóvel, permitindo que ele
seja sustentável também durante o seu uso. Com isso, optar por tintas
ecológicas é uma alternativa.
Benefícios
Além de priorizar o meio
ambiente, as construções sustentáveis também são valorizadas do ponto de vista
financeiro. Com a evolução do mercado, considerar o fator ambiental nas
decisões de negócio se tornou um agregador de valor e diferencial competitivo
em relação às construções tradicionais.
Felipe Faria, CEO do Green
Building Brasil, organização não governamental que atesta os projetos como
sustentáveis, destaca que possuir um selo de sustentabilidade — que as
construções podem conquistar ao desenvolver um edifício sustentável — ajuda os
empreendimentos a atrair investimentos, o que consequentemente valoriza o seu
preço no mercado imobiliário.
Outro fator que impulsiona o
valor de mercado, impactando em uma possível negociação com valores mais altos
na compra e venda, são as vantagens que as construções sustentáveis têm por
priorizar a gestão inteligente de água e energia, por exemplo, o que acaba
tornando um imóvel de interesse para quem procura conforto e economia nas
contas domésticas.
A redução de custos é uma
vantagem não só para o consumidor final, que pode ver uma diminuição
considerável no preço da conta de luz em uma construção com dispositivos de
eficiência energética, mas também as próprias construtoras podem ter uma
economia vantajosa durante o desenvolvimento do projeto.
Como essas obras visam reduzir os
desperdícios de uma maneira geral, os próprios canteiros de obras, por exemplo,
acabam se beneficiando a partir do momento em que os processos são mais
controlados e planejados, evitando perdas.
Fonte: Terra.

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