Eficiente, reciclável e não produz gases estufa. O pó de
ferro é uma fonte de energia limpa promissora, segundo pesquisadores da
Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda.
O combustível, que já atrai o interesse de gigantes do
setor, gera energia por meio do calor produzido durante a combustão, mas
diferentemente de compostos derivados do petróleo, não emite dióxido de carbono
(CO2).
Contudo, segundo os pesquisadores, o grande ativo dessa
substância está em sua reutilização. Após o processo de combustão, o pó de
ferro vira uma espécie de ferrugem que pode ser convertida em combustível novamente.
Esse processo é realizado a partir da utilização de hidrogênio produzido de
fontes de energia elétrica sustentáveis.
Em entrevista ao site Tech Xplore, Niel Deen, professor da
universidade e um dos líderes da pesquisa, compara o composto a uma bateria
recarregada. “Ao obter o pó de ferro a partir da ferrugem, você recarrega a
bateria e você pode fazer isso uma vez atrás da outra”, afirma.
Os cientistas ainda afirmam que o ferro é muito abundante no
planeta e a capacidade de reaproveitamento do composto elimina qualquer
preocupação com o abastecimento de pó de ferro no futuro.
Os experimentos, entretanto, ainda encontram-se em uma fase
inicial. Até agora, os pesquisadores dispõem de apenas uma instalação
desenvolvida por um consórcio chamado Metal Power e uma financiadora da
província de Noord-Brabant.
A iniciativa também levanta certo receio de investidores.
Mark Varhagen, um dos diretores do projeto, disse ao Tech Xplore que
negociadores chineses viram a tecnologia com um certo ceticismo. Mas, segundo
ele, isso mudou quando a estrutura do projeto foi apresentada. "Todos veem
o potencial [do pó de ferro] em larga escala", afirma.
A expectativa dos pesquisadores é apresentar o pó de ferro
para grandes empresas já em 2020. Eles pretendem atrair o interesse de companhias
de pelo menos três áreas: o setor marítimo, no que diz respeito ao uso do pó de
ferro como combustível de embarcações; indústrias do setor químico que
trabalham com altas temperaturas; e estações termelétricas que ainda usam
compostos fósseis como matriz energética.
Fonte: Olhar Digital

