A executiva Talita Lombardi, imaginou
que pudesse existir um tipo de roupa versátil. "Brincava que deveria ser
uma roupa inspirada no origami: se você mexer numa parte, a roupa se transforma
em outra peça", afirmou ela, especialista em vendas, inovação e marketing
digital. Há cinco anos, na realização de um workshop que ministrava no Rio de
Janeiro, ela conheceu a designer de moda Larissa Perlin e expôs sua ideia. O
negócio não vingou na época, mas as duas se tornaram amigas e passaram a
conversar sobre como criar uma "moda com propósito", unindo a
experiência de cada uma.
"Ser sustentável é um modo de vida.
Sustentabilidade está em você ter responsabilidade em tudo que faz, em tudo que
consome. Nossa ideia é contribuir com a economia compartilhada, numa visão de
negócio para ajudar as pessoas e o meio ambiente", afirma Talita.
No início deste ano, as amigas
criaram a Ymagy, marca de camisa social sustentável feita com tecido reciclado,
botões ecológicos produzidos a partir do café, papel ou madeira, e tags com
sementes que podem ser plantadas. A marca foi lançada no fim de setembro.
"Queríamos criar uma marca sustentável, começando do zero e respeitando o
meio ambiente, sem repetir erros de outras empresas. O mercado busca hoje
produtos vinculados ao meio ambiente. Somos uma marca sustentável, mas queremos
ganhar dinheiro e reinvestir em novas tecnologias.
Cada metro de tecido tem 9
garrafas PET na composição, onde botões e tags são comprados de fornecedores
que foram escolhidos, segundo Talita, justamente por utilizar matéria-prima que
não prejudica o meio ambiente na fabricação de seus produtos. O tecido das
camisas é da Ecosimple, empresa que fabrica tecidos sustentáveis, produzidos a
partir de fios e matérias-primas recicladas, como garrafas PET. "Apesar de
isso parecer novidade, os tecidos produzidos a partir das embalagens PET são os
mesmos das roupas comuns de poliéster. A grande diferença é que, em vez de
utilizar o PET virgem, a indústria recicla o plástico das garrafas e o
transforma em fibras de poliéster", disse Lari.
Posteriormente, essa fibra é
confeccionada junto com algodão e vira matéria-prima para as camisas da Ymagy.
Cada metro de tecido tem nove garrafas PET em sua composição, segundo ela. A
sustentabilidade das peças também está nos botões e nas tags. Os botões são da
Ecobotões, empresa representante no Brasil da fábrica portuguesa Louropel, que
produz botões ecológicos biodegradáveis utilizando papel reciclado, farinha de
sêmola, serradura de madeira, algodão, cortiça e até borra de café, com adição
de resina reciclada de poliéster polimerizado. Como possui sementes em sua
composição, as tags podem ser picadas e plantadas num vasinho para germinar
flores, hortaliças e até tomatinho.
Marca tem seis modelos; cada um
custa R$ 299 A empresa lançou a marca em setembro deste ano. São seis modelos:
três femininos (Nara, Helo e Carmy) e três masculinos (Veloso, Villarino e
Orfeu). Os tamanhos são o padrão P, M e G; apenas um modelo (Nara e Veloso) tem
numeração do PP ao GG. As camisas têm forro duplo na região das axilas para
conter o suor. Cada peça custa R$ 299. As peças são vendidas no site da marca
(ymagy.com) e por meio da Ecobrindes, representante comercial da empresa. A
partir de 2020, a marca pretende lançar um modelo a cada três meses.
"Queremos fazer as camisas de acordo com o biotipo da pessoa",
afirmou Talita.
Fonte: Ecoa


