Seguimos para o final do ano de 2021 com alguns desafios globais renovados e, naturalmente, nos impondo reflexões críticas sobre inovação e sustentabilidade, no contexto do que se está denominando mundialmente de recuperação verde.
E, enquanto presenciamos o
surgimento de mais uma variante no novo Coronavírus, que em um contexto de
relações internacionais denuncia alguns equívocos dos países mais desenvolvidos
na condução da política de vacinação global, a COP-26 indicou novamente para a
dimensão da crise climática e para o compromisso mundial de substituição de
nossas fontes de energia.
Temos então um contexto de incerteza quanto à saúde no mundo e, em face da mudança climática, um quadro de aceleração ainda maior da produção e distribuição de fontes energéticas renováveis.
Um exemplo importante de inovação
e busca de construção de alternativas sustentáveis de recuperação econômica vem
dos Estados Unidos. A aprovação do pacote de recuperação econômica americano,
que deve investir US$ 1,2 trilhão no processo de reconstrução da infraestrutura
do país, indica claramente para soluções verdes para a resolução de várias
questões importantes para o país.
Na área de despoluição de mananciais aquíferos, melhoria das condições de abastecimento e redução de perdas d’água, além de coleta e tratamento de esgoto, serão investidos US$ 55 bilhões. E o programa prevê ainda investimentos de US$ 65 bilhões na captura de carbono e reforço da produção de energia elétrica no país, a partir de fontes renováveis, como a solar, eólica e o hidrogênio verde.
E quanto ao Brasil?
Vêm do nosso setor privado os
principais esforços no sentido de colocar a pauta da sustentabilidade na
fronteira das discussões cotidianas. Grandes, médias e pequenas empresas já
perceberam a oportunidade de colaborar ativamente para minimizar a crise
climática e o conceito de ESG (meio ambiente, social e governança) tem se colocado
de modo cada vez mais pronunciado no setor.
Esta percepção, ainda que de modo
ainda tímido, vem sendo disseminada no setor público brasileiro, que passa a
entender que a preservação do meio ambiente, a redução das desigualdades e a
adoção de práticas de governança éticas e participativas são chave para a
resolução de muitos dos nossos problemas atuais.
Em Foz do Iguaçu, a partir de
metodologia de sandbox, está sendo implantado o primeiro bairro inteligente do
país, com iniciativas de inovação nas áreas de segurança pública, mobilidade
urbana, meio ambiente e integração com a comunidade.
A metodologia sandbox é uma
plataforma de testes que permite que ferramentas tecnológicas e sustentáveis
possam ser aplicadas em determinado território, em formato que permite a
avaliação de impacto das soluções utilizadas. Permitindo assim, que a expansão
das ferramentas e soluções seja realizada de modo mais seguro e viável.
Em resumo, ainda envoltos na
crise de saúde mundial que se inaugurou em face do novo Coronavírus, buscamos
nos adaptar às ameaças da mudança climática e das desigualdades sociais,
buscando enfrentar esses enormes desafios a partir de inovações tecnológicas,
de governança e, principalmente, de percepção sobre os caminhos de nosso
bem-estar no planeta.
Que essas pautas tomem um lugar especial em 2022, momento relevante e único para construirmos soluções para os problemas brasileiros.
Fonte: Exame Invest.
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