Cerca de 55% das indústrias de pequeno porte afirmam ter a intenção de investir mais em ações sustentáveis nos próximos dois anos. O objetivo é a se adequar a economia de baixo carbono. Outras 37% acreditam que os recursos devem ficar no mesmo patamar e apenas 4% disseram que os investimentos deve ser reduzido.
Os dados são de uma pesquisa da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Instituto FSB que avaliou a
visão dessas indústrias sobre a sustentabilidade. Segundo a entidade, em alguns
quesitos, as indústrias de pequeno porte estão avançadas. Mesmo em meio à
pandemia de covid-19 e à crise econômica, 20% dos pequenos negócios industriais
aumentaram o investimento nesse tipo de ação.
Ações para evitar o desperdício
de energia e de água já são adotadas por 90% e 89% das empresas desse porte,
respectivamente. Já a gestão de resíduos sólidos é uma realidade em 85% dos
negócios.
De acordo com a pesquisa, três em cada quatro (76%) executivos afirmam que o setor industrial, considerando o ambiente de negócios no Brasil hoje em dia, enxerga o tema sustentabilidade como uma oportunidade. E para quase um terço deles a agenda de sustentabilidade envolve mais oportunidades do que riscos. Apenas 22% afirmaram que há mais riscos que oportunidades ou só riscos.
Para a CNI, os dados mostram que
as indústrias de pequeno porte estão atentas à importância da implementação de
ações concretas de sustentabilidade em seus processos produtivos, alinhadas à
estratégia levada pela entidade para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre
Mudança Climática (COP26), que aconteceu de 1º a 12 de novembro, em Glasgow, na
Escócia. Nesse sentido, a CNI, destaca que não há mais espaço para a “falsa
divergência” entre desenvolvimento e conservação do meio ambiente.
Os dois principais motivos que
levam indústrias de pequeno porte a investir em sustentabilidade são a
reputação junto à sociedade e aos consumidores (40%) e o atendimento às
exigências regulatórias, também com 40% das respostas. A redução de custos, com
36%, e o aumento da competitividade, com 34%, completam a lista de itens que
mais estimulam os empresários a adotarem a agenda sustentável.
Do outro lado, a falta de cultura
voltada para o tema (46%) e a falta de incentivos do governo (45%) são
apontados como os principais entraves.
De acordo com a CNI, apesar dos
indicadores positivos, 79% dos entrevistados admitem que estão pouco ou nada
familiarizados com a sigla ESG (do inglês environmental, social and governance)
usada para designar ações de sustentabilidades com base nos pilares ambiental,
social e de governança. “Mesmo pouco ou nada familiarizados com o tema, 81% dos
líderes empresariais dizem que o ESG é importante ou muito importante”, diz a
pesquisa.
Em termos de estrutura
organizacional, apenas 21% das empresas têm uma área formal para lidar com o
tema sustentabilidade. Dessas, pouco menos da metade, 10% do total das empresas
pequenas, dá autonomia financeira a essa área.
Fonte: Jornal de Brasília.
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