Uma nova pesquisa divulgada na
publicação científica Nature indica que tubarões não estão mais sendo vistos em
recifes marinhos de seis territórios ao redor do mundo – um sinal de alerta
para a manutenção do equilíbrio ecológico dessas regiões.
Conduzido pela equipe do projeto
Global FinPrint, que reúne mais de 120 pesquisadores de diferentes países, o
estudo procurou preencher uma lacuna no conhecimento que cientistas têm sobre
as populações de tubarões na Terra. Como muito do que se sabe sobre o estado de
conservação desses animais baseia-se em números da pesca industrial, os
pesquisadores investigaram áreas costeiras, que incluem ecossistemas de
recifes.
Os pesquisadores instalaram mais
de 15 mil câmeras submarinas em 371 recifes de 58 territórios para estimar a
conservação de tubarões ao redor do mundo. Eles analisaram mais de 18 mil horas
de vídeo ao longo de três anos, e acabaram percebendo que quase nenhum tubarão
foi visto em 69 dos recifes monitorados, em seis territórios: República
Dominicana, Antilhas Francesas, Quênia, Vietnã, Antilhas Holandesas e Qatar.
"Nesses locais, apenas três tubarões foram observados durante mais de 800
horas de pesquisa", revelou Colin Simpfendorfer, biólogo marinho da
Universidade James Cook, na Austrália, e coautor do estudo, em um comunicado.
No entanto, as descobertas não
querem dizer que tubarões jamais apareçam por essas áreas. "O que isso
significa é que eles estão 'funcionalmente extintos' – eles não estão
desempenhando seu papel normal no ecossistema", explicou Simpfendorfer.
Uma vez que são predadores
naturais de diversas espécies marinhas, tubarões são essenciais para controlar
as populações de animais nos oceanos. Sua extinção implica um grave
desequilíbrio ecológico.
Segundo os pesquisadores,
Austrália, Estados Federados da Micronésia e Estados Unidos estão entre os
países que têm adotado boas medidas para proteger as populações de tubarões,
como a proibição da caça desses animais. E ainda pode existir esperança para os
locais em que os tubarões estão desaparecendo. "Os dados coletados pela
primeira pesquisa mundial de tubarões em recifes de coral podem orientar planos
de conservação significativos e de longo prazo para proteger os tubarões que
ainda sobrevivem", disse Jody Allen, cofundadora da Fundação Paul G. Allen
Family, que apoia o projeto Global FinPrint.
Fonte: Galileu.