A startup Air Co. foi lançada no ano passado, em Nova York,
e produziu a primeira vodca negativa em carbono do mundo. No lugar do fermento,
a empresa usa CO2 capturado da atmosfera para fabricar álcool. Agora, em
resposta à crise do coronavírus, a mesma técnica está sendo utilizada para
fabricar álcool gel.
"Desde a semana passada, modificamos temporariamente
todos os nossos esforços de produção de vodca para um álcool gel que seja
igualmente negativo em carbono", escreveu a empresa em comunicado
divulgado recentemente. O álcool gel é composto por 70% de etanol, o principal
produto da tecnologia de captura de carbono usada pela empresa, que espera
produzir o maior número possível de frascos durante essa crise.
Mudanças semelhantes já aconteceram em outras destilarias
pelo mundo. Em Atlanta, a Old Fourth Distillery começou a produzir álcool gel
quando o estoque das lojas locais acabou, oferecendo frascos gratuitos para a
comunidade. Em Portland, também nos Estados Unidos, a Shine Distillery and
Grill fez o mesmo.
A adoção do álcool gel só é efetiva se seu uso for feito
corretamente. Circulam na internet tutoriais para fabricar seu próprio álcool
gel a partir de vodca. O problema é que a bebida contém apenas 40% de álcool,
enquanto os desinfetantes precisam de pelo menos 60% de álcool para funcionar.
Em relação aos benefícios ambientais, a versão da Air Co. é
única em sua proposta. A empresa utiliza o CO2 capturado em fábricas próximas,
combinando-o com água, para produzir álcool, destilando o produto final em
equipamentos movidos a energia solar.
O processo é "inspirado pela fotossíntese, onde as
plantas respiram CO2", disse Stafford Sheehan, um dos cofundadores da
empresa, à Fast Company em novembro. “Os vegetais consomem água e usam energia
sob a forma de luz solar para produzir açúcares e outros hidrocarbonetos de
maior valor, tendo o oxigênio como único subproduto. A mesma coisa se dá com o
nosso processo: o único subproduto é o oxigênio”, explica.
Fonte: eCycle.