A precariedade menstrual – termo que se dá para a ausência de
acesso aos produtos de higiene pessoal referentes à menstruação, é um problema
que afeta milhares de pessoas ao redor do mundo. A dificuldade de acesso à
produtos de higiene para menstruação, como absorventes e coletores, é um grande
reflexo da desigualdade de renda que atinge nossa sociedade e, em especial, as
mulheres.
Constatando esse grave problema social, provocado sobretudo
pelo machismo, Rafaella de Bona Gonçalves, estudante de design da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), criou um absorvente sustentável para mulheres em
situação de rua. Descartável e biodegradável, o absorvente íntimo ‘Maria’ é uma
solução viável para a precariedade menstrual.
A criação de Rafaella foi premiada no ‘iF Design Talent
Award’, um dos maiores prêmios de design do mundo. Ela é a única brasileira a
já ter recebido a premiação. A solução desenvolvida pela jovem pode ter impacto
mundial no que se refere à precariedade menstrual.
Ela se baseou em um vídeo de uma mulher em situação de rua e
no filme vencedor do ‘Oscar’, ‘Absorvendo o Tabu’. “A ideia veio de um vídeo
que eu assisti na internet. Nele, uma mulher em situação de rua mostrava como
fazer um absorvente interno a partir de um externo. Ela tirava a parte de
algodão do absorvente comum, enrolava e fazia dele um absorvente interno”,
explicou para a Revista Trip.
O produto não é feito de algodão, mas de fibra de banana.
Observando pesquisas ao redor do mundo, especialmente da Índia, Rafaella
compreendeu que, por ser descartável, o absorvente também deveria ser
sustentável e biodegradável. O meio ambiente sorri.
Em um país onde 13 milhões de pessoas estão na linha da
pobreza e da fome, como sobraria dinheiro para comprar absorventes? Em reunião
com o Prefeito Rafael Greca (DEM), Rafaella pediu que o município adotasse uma
política de acesso universal à produtos de menstruação. Nenhuma cidade no nosso
país tem algum tipo de política similar e o absorvente íntimo ‘Maria’, seria um
grande passo para reduzir a precariedade menstrual em uma nação tão machista
quanto o Brasil.
Fonte: Hypeness

