De onde vêm as roupas que você usa? E depois de velhas, para onde elas vão? Se são mais baratas ou não, ou mais estilosas, provavelmPente, essas roupas fazem parte de uma indústria têxtil que envolve uma grande produção, danos à natureza e, em muitas ocasiões, a exploração de mão de obra barata.
É nesse contexto que entra a moda
sustentável, uma vertente que busca pensar soluções mais responsáveis para a
produção têxtil, no que tange a sociedade, o ambiente e a economia, do início
até o descarte. O objetivo é minimizar o desperdício e a poluição, defendendo
que as roupas sejam mais duráveis e atemporais, sem que haja um consumo
excessivo de roupas descartáveis, dando preferência para materiais reciclados
ou orgânicos, processos de produção que usem menos energia e água, e práticas
justas para os trabalhadores da moda.
Vale destacar que a moda sustentável não é um tipo de moda, mas, sim, um ideal. “Existe o costume de tipificar, de colocar como classificação ou categoria, e aí acabam por classificar a moda sustentável como um dos nichos de moda, e isso é errado. Não é um tipo, não é um nicho de mercado. Na verdade, é um objetivo que todo o setor, que engloba todos os nichos, deveria tentar alcançar”, ressalta Aline Teixeira Souza Silva, PhD em Design e professora na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia (Faued/UFU).
Por isso, separamos 5 dicas para
você aderir à moda sustentável no seu dia a dia:
1 - Conecte a moda com seus
valores pessoais
Escolher roupas que reflitam seus
valores pessoais pode tornar a moda mais significativa e sustentável. Pense nas
causas que são importantes para você, como a proteção ambiental, os direitos
dos trabalhadores ou o apoio a pequenas empresas locais. Isso não só ajuda a
criar um guarda-roupa mais consciente, mas também fortalece a conexão emocional
com suas roupas, incentivando um consumo mais deliberado e menos impulsivo.
“A moda sustentável é um espaço
voltado para reflexões maiores, além de um produto final ou além de um gosto.
Ela está muito conectada com os valores daqueles que são os consumidores ou
produtores dessa moda”, aponta Stella Teles Barros, designer especialista em
Moda.
2 - Invista em marcas
sustentáveis
Pesquise e apoie marcas que
adotam práticas sustentáveis. Procure por empresas que utilizam materiais
ecológicos e que têm um compromisso com a produção ética e justa. Comprar de
marcas que valorizam a transparência em sua cadeia de produção garante que suas
escolhas de moda tenham um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade.
3 - Olhe as etiquetas
As etiquetas trazem as
informações essenciais sobre o tipo de tecido, o material usado naquela roupa e
até instruções de lavagem. “O que as empresas chamam de couro ecológico, de
ecológico não tem absolutamente nada. Porque é algo que estraga muito fácil,
muito rápido e que tem data marcada de validade”, exemplifica Silva.
4 - Cuide bem das suas roupas
Aumentar a durabilidade das suas
roupas é um passo importante para a moda sustentável. Siga as instruções de
lavagem e prefira a secagem ao ar livre em vez da secadora. Consertar peças
danificadas em vez de descartá-las também é uma maneira de prolongar a vida
útil do seu guarda-roupa e reduzir o consumo desnecessário.
“Hoje, muitos aviamentos não têm
uma qualidade que vai garantir uma durabilidade maior daquela peça. Quantas
vezes nós compramos uma calça jeans que nós sabemos que o jeans é excelente,
que ele foi muito bem produzido, mas aquele zíper estragou nas primeiras
semanas?”, levanta Barros, também trazendo destaque para os danos de outras
características das roupas.
5 - Fuja das tendências
A moda é impulsionada por
tendências que mudam rapidamente, incentivando o consumo excessivo e o descarte
frequente de roupas. Para uma abordagem mais sustentável, evite seguir
tendências passageiras e foque em peças atemporais que nunca saem de moda.
“Existem pessoas que têm o senso
de seguir apenas aquilo que está sendo divulgado pela mídia para consumo. E
isso nem sempre vai de acordo com o gosto da pessoa. Então, é só um produtinho
que ela comprou para usar uma vez ou para o desejo emocional de ter comprado”,
alerta Barros.
Fonte: Comunica UFU.

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