Situado dentro de um bosque na vila de Cascais, em Lisboa, Portugal, o Palaphita usa a natureza como arquitetura. O eco-lounge combina sustentabilidade e cozinha amazônica. Quem visita o restaurante, encontra um ambiente quase primitivo, integrado organicamente ao local.
A casa destaca-se pelo uso de
fibras renováveis, materiais descartáveis biodegradáveis e compostáveis,
materiais de limpeza biodegradáveis e de menor impacto ambiental. "Quando
abri o primeiro Palaphita há 20 anos eu falava de sustentabilidade. Hoje penso
na regeneração. Penso que se acontecesse algo e a gente abandonasse o espaço, a
natureza tomaria conta, sem prejudicar o ambiente. Porque só utilizamos
materiais regeneráveis. E também fazemos muito reaproveitamento do que vem da
natureza”, explica Mario de Andrade, dono da casa.
Nascido em Manaus, capital do estado do Amazonas, Mario mudou-se para o Rio de Janeiro na adolescência, mas nunca deixou suas raízes de lado. Em 2004 ele abriu o Palaphita Kitch, na Lagoa, já de olho no meio ambiente. A casa funcionou por 16 anos e fechou na pandemia. Em 2020, ele decidiu cruzar o Oceano Atlântico e levar a ideia do eco lounge para Cascais.
Experiência amazônica
Com capacidade para 350 pessoas,
o eco lounge é todo a céu aberto. Além de mesas ao ar livre e de um anfiteatro,
onde clientes costumam assistir apresentações e o pôr do sol, há domes
transparentes para os dias de vento e chuva.
Todo o design é focado em
construções transitórias, ou seja, pode modificar-se de acordo com o ambiente.
O Palaphita conta com bioarquitetura e ecodesign de reflorestamento,
mobiliários e decorações à base de materiais naturais, de reflorestamento ou
reuso abundantes na sua região.
Ter uma horta própria também faz
parte do DNA sustentável do eco lounge. O restaurante promove dois plantios por
ano e convida os clientes a participar da atividade. Em setembro, temporada de
outono na Europa, a lista incluiu cenoura, beterraba, cebola branca, brócolis,
repolho coração de boi, repolho lombardo, couve, alface, aipo, salsa,
cebolinha, as pimentas murupi, piri piri, dedo de moça e beijo do diabo e ervas
aromáticas (hortelã chocolate, erva cidreira e alfazema).
O menu, criado pela chef Natacha
Fink, mistura ingredientes amazônicos e portugueses. "Nossa ideia não é
ter uma cozinha tradicional, é ter uma inspiração. A origem do nosso pensamento
gastronômico é na Amazônia, mas a gente pode usar uma receita de lá com
ingredientes portugueses. Comecei a brincar com isso. Não temos pirarucu e nem
tambaqui, mas temos choco, bacalhau, dourado, uma série de peixes
incríveis", explica.
Entre os destaques estão os
tradicionais dadinhos de tapioca servidos com mel picante, que pode ser
acompanhado de uma punheta de bacalhau, hot dog de camarão e crocante de
bacalhau (bolinho de arroz com bacalhau, natas e queijo fundido da Serra da
Estrela, servido com chutney amazônico). Outro prato famoso é o pica-pau de
lombo (lombo bovino picado na faca, salteado em azeite de ervas, acompanhado de
cogumelos, batatas, picles artesanal de cebola roxa com açaí, maionese de
castanhas brasileiras e pães).
Também há opções vegetarianas, como o caril de vegetais com leite de coco, tofu, cogumelos e couve coração caramelizada ao teriyaki, alcachofra grelhada servida com flor de sal, vinagrete de laranja e molho de manteiga, hambúrguer plant-based, entre outros.
Os drinks também têm identidade brazuca. O Verano faz um mix de caipirinha com sacolé e o Boto-cor de-rosa, combina vodka, tequila, pepino e lima.
Fonte: Um só planeta.

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