Adesivos podem ser utilizados como rótulos de embalagens, lacres ou para enfeitar paredes graças à propriedade de aderência, que permite a união de diferentes materiais e superfícies. No entanto, os resíduos pegajosos desses produtos atrapalham a reciclagem, principalmente de vidros e papelões. Na tentativa de resolver esse problema, cientistas da Universidade de Surrey, no Reino Unido, desenvolveram um adesivo que se dissolve rapidamente durante os processos que visam o reaproveitamento de materiais.
Para isso, a equipe aplicou um
aditivo químico na composição de um adesivo semelhante ao usado em fitas de
embalagem comerciais. O objetivo era que o novo elemento criasse conexões
degradáveis na rede de moléculas que formam o adesivo, permitindo que os
resíduos aderentes se dissolvessem mais rápido. Os resultados do estudo,
publicado, neste mês, na revista Angewandte Chemie, mostram que os resíduos
pegajosos foram dissolvidos até 10 vezes mais rápido, quando comparados ao
processo em um adesivo não degradável.
"O problema dos resíduos de rede é frustrante em escala industrial, e as consequências dos adesivos insolúveis na qualidade dos produtos reciclados são uma preocupação ainda maior. Nossa solução oferece a promessa de uma reciclagem menos desafiadora e mais econômica", enfatiza, em nota, Joseph Keddie, um dos responsáveis pela pesquisa.
Perda de qualidade, bloqueios nos
sistemas de água e até danos nas máquinas de reciclagem estão entre os
problemas causados por esse tipo de sobra. Ainda que existam outros adesivos
degradáveis, não há nenhum que tenha na composição química uma substância que
permita a rápida dissolução, segundo a equipe britânica. "Estamos provando
que é possível usar adesivos semelhantes e mostramos que um simples aditivo tem
o potencial de aumentar a qualidade de materiais reciclados", diz, em
nota, Peter Roth, professor sênior de química de polímeros em Surrey.
Até o momento, a solução foi
testada em vidro, aço, plástico e papel, incluindo papelão. Os pesquisadores
planejam investir na comercialização da substância e avaliar como ela pode
contribuir para um cenário sustentável. "Os próximos passos seriam
analisar a viabilidade comercial desse aditivo, bem como o impacto na
sustentabilidade", conta Peter Roth.
Fonte: Correrio Braziliense.

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