Apesar da opção de utilizar veículos movidos a combustível, alguns moradores do Distrito Federal optam por comprar um carro elétrico pela sustentabilidade, mesmo com o preço alto do veículo, que custam a partir de R$ 146 mil. Segundo o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), foram registrados 1,5 mil automóveis elétricos e híbridos em 2021, e 2,1 mil no ano seguinte, o que gerou aumento de 46% de um período para o outro.
Dentro da estatística, a dentista
Florence Alkmim, 44, está satisfeita com a compra do carro híbrido, adquirido
em meados de 2021. Moradora do Lago Sul, ela conta que percorre distâncias
curtas e percebe uma economia grande. "Abasteço uma vez a cada dois
meses", contabiliza.
Florence considera o híbrido o
melhor de todos os carros que teve. "O carro não tem o mínimo de barulho,
não tem combustão e emissão de poluentes causada pela gasolina. Acho que daqui
a uns dez anos deve virar tudo elétrico, com alguns carros que estão mais em
conta", projeta.
A economia pesou na decisão do
empresário Bruno Malcher, 37, de comprar um carro 100% elétrico em janeiro de
2022. Morador de Taguatinga Norte, ele conta que o carro antigo movido a
combustível gastava um litro a cada seis quilômetros. Atualmente, ele deixa de
pagar três tanques ao mês usando o carro elétrico.
O empresário, que precisa ir para
São Paulo a trabalho a cada 45 dias, aproveita para fazer revisões na capital
paulista porque há mais opções de carregadores com alta potência. "Uma
viagem que levaria 10 horas, levo um dia com carro elétrico. Faço isso porque
não temos carregadores o suficiente no DF, onde a maioria é de baixa potência.
No Parkshopping, é um dos poucos lugares que há mais carregadores de alta potência,
onde carrego em duas horas", relata.
Sustentabilidade
Moradora do Park Way, a advogada
Talitha Freire, 40, priorizou a preservação do meio ambiente na hora de adquiri
um veículo híbrido (movida a combustível e energia elétrica), no final de 2020,
além da redução nos gastos com combustíveis. "A parte da sustentabilidade
foi o que mais me motivou por saber que o carro não estaria poluindo o
ar", comenta.
Talitha conta que fica mais de
três meses sem abastecer o carro, o que ela acredita ser o trunfo para dirigir
pelo DF e em viagens pelas rodovias. "Só abasteço quando os meus trajetos
extrapolam a capacidade e não tenho tempo para parar e recarregá-lo, e ele não
tem uma autonomia tão grande. O carro híbrido é bom porque você não fica
vinculado só a uma bateria. Tem o plano B da gasolina, inclusive porque, o
Brasil ainda não tem estrutura o suficiente para carros elétricos por não ter
muitos lugares nas estradas ou em cidades menores", analisa a motorista.
Brasília na 2ª posição
O Distrito Federal figura como a
quinta unidade da federação que mais emplacou carros eletrificados em janeiro
de 2023: 304 automóveis, ficando atrás de Santa Catarina, com 319, Minas
Gerais, com 326, e Rio de Janeiro, com 397. São Paulo lidera com 1,4 mil
emplacamentos. O levantamento é da Associação Brasileira do Veículo Elétrico
(Abve) que aponta Brasília como a segunda cidade que mais emplacou veículos
elétricos e híbridos, com 304 registros, atrás apenas de São Paulo, com 654.
Mas os números não refletem um
mercado tão aquecido assim, como explica o dono de uma loja na Cidade do
Automóvel, José Rodrigues do Rego Neto, 46. Segundo ele, o setor é pequeno no
DF, mas está em desenvolvimento com 45 pontos de recarga para esses veículos
elétricos. "Alguns especialistas apontam que, em 2040, o número de carros
elétricos no Brasil pode chegar a 11 milhões. Por ser um veículo de alto custo
e manutenção, dá pra entender porque os números aqui no DF ainda não são tão
expressivos", pondera.
Para o empresário a principal
vantagem do elétrico é a economia de combustível. Segundo ele, a consequência
disso é a queda na emissão de poluentes, tanto que a eletricidade causa menos
danos aos recursos do planeta que combustíveis de origem fóssil. "Outro
ponto positivo são os incentivos fiscais que existem aqui no DF em relação a
esse tipo de veículo. A principal desvantagem são os valores gastos com os
carros, e também tem a questão da recarga, cujos pontos ainda estão em
expansão", avalia.
Fonte: Correio Braziliense.

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