Em ambos os lados da estrada que cruza a cidade de Cristalina, no estado de Goiás, milhares de pequenos arbustos invadem a paisagem, interrompendo as sequências de soja e milho.
A lavoura, que de longe parece coberta de neve, faz parte de uma revolução silenciosa na agricultura brasileira: o avanço do algodão, uma das maiores cadeias produtivas do país que aposta em um modelo sustentável para atender consumidores cada vez mais exigentes.
O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo atrás dos Estados Unidos e também seu principal produtor sustentável, já que 84% possuem o selo internacional Better Cotton Initiative (BCI) que reconhece, entre outras coisas, a redução do uso de agrotóxicos.
“O público mudou e as pessoas não querem mais consumir produtos que não estão preocupados em respeitar os ciclos da natureza”, disse à AFP Cristina Schetino, entomologista e professora da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em cultivo de algodão.
Entre as práticas sustentáveis,
os produtores estão recorrendo a drones para pulverizar agrotóxicos de forma
mais eficiente e foi implantado um programa de rastreamento, em parceria com
marcas brasileiras de roupas, que permite ao consumidor acompanhar desde a
colheita no campo até a confecção da roupa.
Além disso, na última safra, 34% dos defensivos químicos foram substituídos por biológicos, segundo a Abrapa.
Apesar de ser chamado de sustentável, esse tipo de algodão não é 100% orgânico porque ainda é uma das culturas com maior uso de agroquímicos, mais que o dobro da soja por hectare.
Fonte: Jornal de Brasília.

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