A tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, tanto pelas facilidades que ela proporciona quanto pela capacidade de conexão. No entanto, a adesão em massa aos aparelhos pode gerar consequências no meio ambiente. Questões como o consumo exacerbado de plástico e a crescente emissão de carbono são aspectos que preocupam especialistas da área.
1. Emissão de carbono e gases de
efeito estufa
Hoje a internet é responsável por
cerca de 4% da emissão de carbono no mundo. Daqui a poucos anos, em 2025, a
projeção é de que o valor dobre. Na prática, um vídeo de meia hora pode gerar
cerca de 1,6 kg do composto na atmosfera terrestre. Apesar de serem emissores
em potencial, os vídeos não são os únicos vilões no cenário digital. Um simples
e-mail enviado ou uma breve pesquisa no Google também são capazes de gerar CO2.
A explicação para o fenômeno de
interferência da web na vida real é que a internet precisa de objetos físicos
para funcionar. São tantas estruturas necessárias para proporcionar pequenas
atividades no mundo conectado que os impactos na emissão de gases chegam a ser
maiores que os da indústria da aviação, por exemplo.
2. Poluição pelos materiais das estruturas dos dispositivos
Grande parte dos dispositivos
tecnológicos são produzidos em plástico. Desde PCs e celulares até
smartwatches, a presença do material é indispensável. O plástico possibilitou
muitos avanços positivos em diversos setores do mundo, mas também significa um
empecilho para uma vida mais sustentável hoje.
O que complica ainda mais o
cenário é a velocidade com que os aparelhos eletrônicos são substituídos, como
os smartphones, cujo tempo útil é de aproximadamente dois anos. Na contramão
desta rapidez, o componente de cada um deles demora anos para se decompor, como
é o caso do plástico, que precisa de 450 anos para desaparecer por completo.
3. Descarte indevido de
tecnologia
O Brasil é o quinto maior
produtor de lixo eletrônico do mundo, segundo o The Global E-waste Monitor
2020. Em um ano, o país descartou cerca de 2 milhões de toneladas de resíduos
eletrônicos, mas deste total, menos de 3% foi reciclado.
O problema é que um único
dispositivo pode liberar vários componentes tóxicos capazes de contaminar o
solo. O ideal é que as pessoas passem a se desfazer dos aparelhos em locais
corretos, como ecopontos, para que os metais pesados não cheguem até os humanos
por contaminação de solo e água. Entre as consequências do contato com os
químicos liberados, as principais são intoxicação, câncer e inflamação no
pulmão.
4. Gasto de água
A água é a maior fonte de energia
elétrica no país. As hidrelétricas são responsáveis por 67% do montante de
energia gerada, sobretudo pelos rios. Por isso, ao falar de uma grande
necessidade de eletricidade para o funcionamento dos aparelhos, fala-se também
sobre uma sobrecarga do sistema energético – e consequentemente de um consumo
enorme de água.
Dispositivos como celulares e
computadores precisam reabastecer constantemente a bateria, o que demanda pelo
menos duas horas na tomada. Isto consome bastante eletricidade, o que pode ser
um problema diante de crises energéticas em decorrência da falta de água
vivenciada no último ano.
5. Uso massivo e constante de
energia
Uma simples mensagem de texto
pelo WhatsApp pode emitir carbono. Naturalmente, também demanda energia. Mas se
uma ação tão pontual já consome energia, os data centers que ficam
constantemente ligados para permitir o funcionamento de bancos de dados podem
gastar quantias ainda maiores de eletricidade.
A onda crescente de home office
também aumenta a preocupação. Todas estas situações acabam interferindo nos
outros tópicos, como gasto de água, poluição e consumo acelerado de novos itens
tecnológicos.
Dicas para diminui o impacto
1. Cancelar inscrição em
newsletters automáticas
Na dinâmica da internet, cada
ação vale para poupar energia, principalmente se ela está atrelada aos grandes
bancos de dados. As newsletters, aqueles e-mails automáticos que chegam à caixa
de entrada, são exemplos de pequenas contribuições para um gasto maior de
energia.
É possível descadastrá-los na
própria página do e-mail, acessando a mensagem e buscando pela parte “cancelar
inscrição” que pode ficar no topo ou ao final da página, a depender do
destinatário.
2. Fazer o descarte correto das
tecnologias
Uma das críticas frequentes às
grandes empresas de tecnologia é a designação da responsabilidade de descarte
para o consumidor. Atualmente não existem grandes projetos de conscientização
de reciclagem dos gadgets, tampouco uma divulgação elaborada sobre o local que
recebe esse tipo de objeto. Entretanto, a boa notícia é que existem lugares
voltados para o recolhimento de aparelhos que vão desde geladeiras até
celulares.
Os chamados ecopontos são
referências em coleta seletiva e, em alguns casos, também podem receber
eletrônicos. Algumas cidades também abrigam ONGs e pontos de coleta em locais
acessíveis como mercados, lojas e afins para otimizar o descarte correto.
3. Cobrar das empresas práticas
mais sustentáveis
Embora seja bastante complicada
em termos de sustentabilidade, a internet pode proporcionar discussões de forma
acessível. Os debates sobre práticas ecológicas podem e devem ser fomentados,
de modo com que a cobrança de políticas públicas e ações privadas por parte das
empresas seja uma pauta mais presente na esfera pública.
A exemplo disso, tem-se o
registro de mobilizações que funcionários das próprias empresas (como
Microsoft, Amazon e Google) fizeram para pressionar as marcas a reduzirem a
emissão de poluentes e pararem de usar combustíveis fósseis.
Fonte: TechTudo.
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