De toda a indústria de vestuário, a calça jeans é considerada uma das peças que causam maior impacto ao ambiente, principalmente pelo processo de lavagem, que demanda uma enorme quantidade de água e deixa muitos resíduos. Não à toa diversas empresas, de fabricantes à varejistas, têm lançado modelos de calça denim que causariam menos prejuízos à natureza: Vicunha, Malwee, C&A…
Agora, a marca paulistana de moda
masculina Oriba acaba de anunciar a calça Beta, chamada por eles de a “o jeans
mais sustentável do país”. Difícil fazer comparações nessa área. Não são
métrica lineares e universais. É aquela
coisa: uma redução de dano em uma ponta pode ser compensada por falta de ação
em outra.
Um exemplo aleatório. Pode-se economizar água no processo de lavagem, um dos mais poluentes, pelo excesso de uso de água. Mas se os centros de produção e de logística ficarem longe dos pontos de venda e dos consumidores finais, seria preciso levar em consideração a poluição decorrente do meio de transporte.
A seu favor, no entanto, a Oriba se orgulha de ter todas as etapas de produção certificadas. “Estudamos bastante o que existe disponível por aqui e consultamos muitos fornecedores antes de lançar nossa calça”, afirma Rodrigo Ootani, um dos fundadores da marca.
Parece detalhe, mas até a
aparência da calça é importante dentro dessa conta de padaria da
sustentabilidade. “No fim, conta muito o tempo de uso do produto. Quanto mais
durável, mais tempo de estrada, mais sustentável é. Por isso fizemos modelos
clássicos, que não dependem de modismos e não envelhecem, para serem usados por
muito tempo.”
Ootani explicou os processos de produção da calça da marca. O tecido jeans com homologação BCI é da Santista, que aplica diversos procedimentos sustentáveis em suas fábricas, como eliminação do uso de óleos combustíveis, tratamento de água, emprego de algodão reciclado e reaproveitamento da sobra da produção de denim. Os processos são automatizados, o que ajuda a evitar desperdício de materiais ou de energia.
As lavanderias parceiras usam e
reaproveitam toda a água do processo de lavagem. Essa é uma das etapas mais
danosas ao entorno. O processo também é
automatizado para evitar desperdícios e não há uso de produtos químicos, apenas
de origem biológica.
“A água, inclusive é devolvida
mais limpa aos rios do que no início do processo, pois eliminamos os resíduos
químicos”, diz Ootani. Do total reaproveitado, segundo o fundador da marca, 98%
chegam mais limpa aos rios, com tratamento feito por processos orgânicos
biológicos, enquanto os outros 2% evaporam. Outras marcas anunciam uma economia
de 80%.
Fonte: Exame Invest.


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