A emissão de carbono entre 2018 e 2019 representou o maior aumento registrado no País desde o biênio 2002-2003 – com um papel cada vez mais relevante do uso da terra e do agronegócio para o afastamento das metas estabelecidas pelo Brasil.
Os dados foram publicados recentemente
e integram o oitavo relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de
Efeito Estufa (SEEG), que compila as emissões do Brasil de 1970 a 2019.
No ano passado, o País lançou na atmosfera 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente (a medida converte aos efeitos do CO2 os diversos gases emitidos na atmosfera), contra 1,98 bilhão em 2018.
Os analistas do relatório destacam que o crescimento das emissões no último ano foi puxado pelo desmatamento na Amazônia, que bateu recorde em 2019 e continua em uma escala crescente preocupante em 2020.
A quantidade de gases de efeito
estufa do setor de mudança de uso da terra subiu 23% em 2019. O desmatamento
respondeu por 44% do total das emissões do país no ano passado.
“Estamos numa contramão perigosa. Desde 2010, ano de regulamentação da lei nacional de clima, o país elevou em 28% a quantidade de gases de efeito estufa que despeja no ar todos os anos, em vez de reduzi-la”, disse Tasso Azevedo, coordenador do SEEG. “No ritmo em que está e com os indicativos de que dispomos, o país não consegue cumprir a meta de 2020 e se afasta da de 2025”.
Em nota, o Observatório do Clima
afirmou que os dados comprovam a não-eficácia do desmatamento para a economia
quando colocado em perspectiva os resultados do PIB de 2019, por exemplo.
“Isso significa que, após dez
anos de política de clima, o Brasil ainda tem o mesmo tipo de curva de emissões
de antes da adoção da política, e que as emissões no País seguem descoladas do
PIB: elas cresceram quase dez vezes mais que o ‘pibinho’ de 1,1% no ano
passado. Isso se deve ao fato de o desmatamento ser uma atividade que não gera
riqueza.”, diz a organização.
Fonte: Carta Capital.


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