Derretimento do Ártico libera substâncias nocivas ao meio ambiente.


As recentes mudanças climáticas vêm trazendo consequências para o nosso planeta, com muitos dos eventos ganhando a atenção dos cientistas pela velocidade em que acontecem. Entre esses desastres, está o derretimento do permafrost (ou pergelissolo) ártico, solo que é composto por rochas, terra e sedimentos.


Este derretimento, no entanto, acaba sendo ainda mais grave pela liberação de substâncias nocivas ao meio ambiente, como carbono, metano e mercúrio tóxico, além de vírus e bactérias que causaram doenças perigosas há muitos anos. De acordo com Sue Natali, pesquisadora do The Woods Hole Research Center, organização de pesquisa científica sobre o clima nos Estados Unidos, o permafrost ártico é rico em matéria orgânica e possui aproximadamente 1,500 bilhões de toneladas de carbono.

Natali diz ainda que essa quantia representa cerca de duas vezes mais carbono presente na atmosfera, sendo três vezes mais do que o carbono que está armazenado em florestas de todo o planeta. A previsão para o futuro é que entre 30% e 70% do pergelissolo derreta ainda antes do ano 2100, tudo dependendo do impacto dos esforços para reduzir as mudanças climáticas causadas pela ação humana.


Aproximadamente 10% do carbono que, provavelmente, será liberado como CO2 pesará entre 130 a 150 toneladas, sendo o equivalente à taxa total de emissão somente dos Estados Unidos, todos os anos até 2100. "As pessoas falam sobre uma bomba de carbono. Em escalas de tempo geológicas, essa liberação não é lenta. É um reservatório de carbono que está trancado e que não é contabilizado no orçamento usado para manter os aumentos de temperatura a menos de 2 °C", explica Natali.
Cientistas alertam ainda para a presença de microplásticos no mar que, devido às correntes marítimas globais, acabam parando no Ártico, ficando congelados no gelo do mar ou no permafrost. No mar da Groenlândia, entre os anos de 2004 e 2015, a concentração de microplásticos dobrou.
"Isso é algo que nós não percebemos (anteriormente) como um problema. O que os cientistas estão tentando encontrar agora é a composição desses microplásticos, que tipos de peixes estão se alimentando deles...e se estamos, essencialmente, ingerindo microplásticos pela ingestão desses peixes", conta Emily Osborne.


Fonte: Canaltech.