O Brasil acaba de alcançar um feito histórico no setor agrícola: entre maio de 2024 e abril de 2025, o país exportou mais de 400 mil toneladas de feijões, movimentando mais de R$ 2 bilhões. O resultado posiciona o Brasil como um dos principais exportadores globais de pulses — grupo que inclui, além do feijão, produtos como lentilhas, ervilhas e grão-de-bico.
Esse desempenho expressivo foi reconhecido internacionalmente com o prêmio de Sustentabilidade concedido pelo Global Pulse Confederation (GPC), em Singapura. O reconhecimento foi dado ao projeto Pulse Day, iniciativa do Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (Ibrafe), que busca aproximar o campo das inovações tecnológicas, disseminar boas práticas e promover a sustentabilidade na cadeia produtiva.
A conquista é resultado de um trabalho de longo prazo. Se antes o país exportava apenas três tipos de feijão, hoje são mais de 20 variedades comercializadas para mais de 75 países. Essa evolução é fruto da colaboração entre agricultores, instituições como Embrapa, IAC e IDR-Paraná, além de exportadores e do próprio Ibrafe, que têm contribuído para ampliar a presença internacional do produto brasileiro.
Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta obstáculos logísticos relevantes. Portos sobrecarregados, burocracia nas liberações, escassez de fiscais do Ministério da Agricultura e estradas em más condições dificultam as operações. Em um cenário global competitivo, esses entraves podem significar perda de mercado frente a países como Índia, Canadá, Estados Unidos e Austrália.
Felizmente, o Brasil tem investido em diplomacia e promoção comercial. Os adidos agrícolas, com o apoio de ministérios como o da Agricultura, do Desenvolvimento e das Relações Exteriores, têm sido essenciais para facilitar negociações, alinhar exigências sanitárias e consolidar a imagem do feijão brasileiro como produto de qualidade e confiança.
Iniciativas como o projeto Brazil Superfoods, criado pelo Ibrafe com apoio da ApexBrasil, também têm ajudado a expandir o alcance dos pulses brasileiros em mercados de alto valor agregado. O momento é de celebração, mas também de preparação: para manter o ritmo de crescimento, será necessário investir em infraestrutura, inovação e certificações, garantindo que o Brasil continue firme como protagonista no comércio mundial de alimentos saudáveis e sustentáveis.
Fonte: Globo Rural.
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