Fundada em Ponta Grossa, no Paraná, a Mush propõe uma forma diferente de utilizar os cogumelos para criar soluções sustentáveis. A empresa usa os fungos como uma cola natural para juntar resíduos agrícolas, gerando um material biodegradável que pode ser moldado em diferentes formatos. O negócio hoje emprega a inovação nas áreas de arquitetura e design e já recebeu cerca de R$ 2,5 milhões em investimentos.
A Mush foi criada em 2019 por
Eduardo Sydney, Leandro Oshiro e Antonio Carlos de Francisco. O negócio começou
dentro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e tinha como proposta
inicial a produção de embalagens sustentáveis a partir de fungos. O modelo,
porém, requer uma escala de produção muito grande, que não seria viável dentro
do laboratório da universidade. Após uma pesquisa de mercado, os sócios
decidiram pivotar.
“Buscamos novos produtos, utilizando a mesma tecnologia, que contribuíssem ambientalmente no tratamento de resíduos e melhorassem a qualidade de vida das pessoas dentro dos ambientes fechados”, diz. O primeiro resultado foi a criação de produtos de revestimento acústico, que ajudam a evitar o eco.
Com o lançamento dessa solução,
em 2021, eles conseguiram um investimento de R$ 300 mil da aceleradora Ventiur.
Os recursos ajudaram a aumentar a escala de produção, em um formato piloto. No
final daquele ano, a Mush estava com uma fábrica estabelecida e operante.
Os resíduos agrícolas são a
matéria-prima principal da empresa. Entre eles estão palhas, cascas, bagaços e
serragem. “Esses materiais são os que geralmente sobram da produção tanto de
alimentos quanto de madeira”, aponta o engenheiro.
O resíduos são utilizados como
fonte de nutrientes para os fungos. O micélio, parte vegetativa do cogumelo, é
usado como cola natural, que se agrega ao substrato, formando um novo material.
O processo é feito dentro de
moldes, o que faz com que o produto final possa adquirir o formato desejado.
“Ao final, esse fungo é inativado, então ele não está mais vivo. O material se
torna estável e dura para sempre”, explica.
Fonte: Um só planeta.
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