As informações, ativos tecnológicos e sistemas de produção para agricultura sustentável, praticados no Brasil, são objeto de crescente interesse por parte de organismos científicos e multilaterais internacionais. É o que constata Alexandre Amaral, chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, após retornar de recentes missões na Índia e na França, no mês de abril, representando a Presidência da Embrapa.
Segundo Amaral, tanto em Nova
Delhi, em reunião com o ICAR (Indian Council of Agricultural Research), quanto
em Paris, em tratativas com o Comitê de Agricultura da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico), as lideranças das organizações
manifestaram interesse em conhecer melhor os avanços do Brasil no
desenvolvimento de uma agricultura sustentável e sua contribuição para a
formulação de políticas públicas.
As lideranças do ICAR querem formular cooperação em torno de pelo menos três projetos de P&D de grande envergadura. Um deles é sobre como vem sendo construída a Agricultura de Baixo Carbono, no Brasil, e em particular sobre a experiência com o ILPF, que pretendem replicar na Índia em pequenas propriedades (a área média dos estabelecimentos rurais é de 1 ha no país asiático).
Outro é para o desenvolvimento de
sistemas de produção de milheto para consumo humano, produto que o Brasil usa
basicamente para ração animal, numa perspectiva de que o País possa abastecer a
Índia. E, por fim, o desenvolvimento da agricultura digital para a agricultura
familiar. Uma das perspectivas dos indianos é organizar um workshop online para
discutir esses temas.
A OCDE quer desenvolver cenários
futuros para orientar políticas públicas que lidem com riscos à condição
humana, esteja ela ameaçada por falta de segurança alimentar, mudanças
climáticas, violência urbana ou conflitos territoriais tais como guerras.
Alexandre Amaral observou que
muitas dessas situações podem ser mitigadas pela agricultura sustentável, a ser
considerada como um ativo em qualquer política pública criada para enfrentar
questões de segurança humana. Sua posição foi endossada por Jens Lundsgaard,
diretor adjunto da OCDE para Ciência, Tecnologia e Inovação, que reconheceu ser
uma visão necessária nos estudos da organização.
Fonte: Embrapa.

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