Existem aqueles que seguem
tendências e os que criam. Enquanto se discute qual será o "novo
normal" pós-pandemia da Covid-19, há pessoas imaginando e criando a
transição para um outro tipo de sociedade, que se preocupa não só com o lucro,
mas também com os impactos sociais e ambientais. Afinal, estamos num momento de
virada, de questionar padrões de consumo e qual o efeito deles individual e
coletivamente. Essas pessoas são agentes de mudança com a perspectiva
"pensar globalmente e agir localmente" e podem atuar tanto em
empresas e no terceiro setor, quanto no ambiente acadêmico e em movimentos
sociais. Elas personificam o que conhecemos como Liderança Sustentável.
"É o potencial de tomar
decisões sempre de olho naquele tripé da sustentabilidade. É treinar e unir os
colaboradores para um propósito, com a alma que combina o espírito coletivista
à paixão pelo que faz. É uma liderança motivadora, equilibrada, e não para
ganhar o lucro e ponto final", sintetiza a professora Bianca Amorim,
mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e
diretora de projetos educacionais Instituto Ecológico Aqualung, que pesquisa o
assunto há dez anos.
O perfil de um líder sustentável
está para além do estereótipo de "abraçador de árvore". Amorim destaca
entre características necessárias olhar os desafios como oportunidade, ser uma
pessoa interessada em estudar e encontrar soluções, ter perseverança, coragem e
inteligência emocional, pois "um líder é atacado constantemente", e
ser consciente sobre a interdependência. Afinal, uma coisa está ligada à outra.
O plástico em casa pode parar nos oceanos, e uma doença que surgiu na China
pode impactar o planeta inteiro. E, claro, acreditar na sustentabilidade para
poder convencer quem está ao seu redor. Mas essas capacidades podem ser
desenvolvidas com estudo e vivência.
Todos concordam que não há outra
saída para aqueles que exercerem a liderança daqui em diante sem passar pela
sustentabilidade. Os efeitos de seguir no modelo atual, são catastróficos. Mas
ainda há tempo e esperança, segundo Renata Moraes: "Quando você sai do
treinamento, tem essa certeza de que é muito importante, e que a gente tem as
soluções. A pandemia mostrou que, quando isso é importante, tem um tema
humanitário que globalmente vai afetar seres humanos, as pessoas param e resolvem.
Está na agenda do dia. Isso me deu um certo otimismo".
A pandemia veio para confirmar a
tendência e a necessidade de adotarmos uma nova visão sobre hábitos de consumo
e de produção.
Fonte: Ecoa.

