A Década dos Oceanos, instituída pela Organização das Nações
Unidas (ONU), começa hoje, 08/06/2020 –
Dia Mundial dos Oceanos – em todo o mundo.
Diplomatas, ambientalistas e cientistas esperam que na
próxima década, a humanidade aumente o conhecimento sobre as águas que cobrem
70% do planeta e protejam melhor essa imensidão, que absorve um terço do gás
carbônico produzido pela atividade humana, retém o aquecimento global e serve à
subsistência direta de bilhões de pessoas.
“Fonte de bens e serviços que sustentam a humanidade, os
oceanos são importantíssimos para o funcionamento do planeta e para o
bem-estar. A gente precisa conhecer mais e cuidar mais”, defende Alexander
Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São
Paulo (USP) e responsável pela cátedra Unesco para Sustentabilidade dos
Oceanos.
Turra, que também faz parte da Rede de Especialistas em
Conservação da Natureza, alerta que neste momento de pandemia de covid-19
“diminuiu o esforço de fiscalização nos oceanos”. Ele teme que o afrouxamento
esteja sendo aproveitado para a sobrepesca e para a pirataria.
Em oito anos da década passada (2011-2018) ocorreu uma média
de 257 casos de pirataria marítima por ano em todo o planeta, segundo o
International Maritime Bureau (IMB).
Crimes marítimos e acidentes nos oceanos podem ser de
difícil investigação. Alexander Turra lembra que até hoje os brasileiros não
sabem como 3.600 quilômetros do litoral, da Reserva Extrativista do Cururupu
(Maranhão) até São João da Barra (Rio de Janeiro), foram atingidos por manchas
de petróleo.
O pesquisador preocupa-se com a possibilidade de que “esse
tipo de sinistro possa acontecer de novo”. Como forma de prevenção e controle,
ele defende a pesquisa conjunta entre as universidades federais e a Marinha.
Também espera que haja melhora na fiscalização do tráfego marítimo
internacional, inclusive com o monitoramento da interrupção de comunicação dos
navios (transponder), que impede a rastreabilidade por embarcação.
Fonte: Paraná Portal.

