Entre tantas especulações sobre a pandemia, há quem diga que
a crise gerada pelo coronavírus é uma resposta ambiental do planeta mediante o
consumo desenfreado da humanidade. Com a economia global em colapso, muito se
fala em retomada das atividades, mas qual será o preço? É possível recuperar o
crescimento levando em conta a sustentabilidade?
Em tempos em que a consciência social e ambiental são uma
demanda clara do consumidor, que privilegiam marcas que prezam pelos dois
conceitos, fica o questionamento se os valores serão mantidos ou esquecidos na
corrida atrás do prejuízo.
Segundo Tricia Neves, sócia da Mapie, consultoria
especializada em empresas de hospitalidade e turismo, “Há algum tempo o
consumidor está mais alerta aos impactos e procura comprar de marcas
responsáveis. A mudança que vai ocorrer é que o consumidor irá priorizar
empresas que ele se sente seguro e isto passa por escolher marcas que apoiam
valores que ele considera importante”, afirma.
Sustentabilidade: propósitos alinhados
Agora, mais do que nunca, comunicação e estreitamento da
relação com clientes será primordial na retomada, sem esquecer do que foi
proposto durante a pandemia. “É hora de transmitir confiança aos hóspedes,
comunicando ações feitas para preservar a saúde de todos (clientes,
colaboradores, comunidade), sendo consistente nas práticas internas, promovendo
a educação de todos para este novo momento”.
Sob a lupa do consumidor, é preciso adotar iniciativas e
ações alinhadas ao propósito da empresa ou o tiro pode sair pela culatra. “O
consumidor está vigilante. Estava antes da pandemia e agora ainda mais. Todas
as ações feitas pelas empresas estão sendo monitoradas e já surgiram diversos
perfis (sites, contas no Instagram) que publicam ações positivas e negativas,
classificando-as como boas ou más”, informa Tricia. “Sairão fortalecidas
aquelas que forem coerentes com o seu propósito e respeitarem seus clientes,
colaboradores, fornecedores e os seus impactos na comunidade e no planeta”.
Para a sócia da Mapie, os valores informados durante a crise
devem permear a construção da marca também na retomada com responsabilidade,
sensibilidade e transparência. “É preciso ser consistente e garantir que os
combinados estabelecidos na comunicação institucional e no momento de
reserva sejam realmente cumpridos”.
Fonte: Hotelier News.